Liberdade aos sentimentos












Passamos uma vida a engolir em seco palavras e sentimentos que gostaríamos de expelir em voz alta.
Passamos uma vida inteira a inchar por dentro com emoções que gostaríamos de partilhar.
Mas não é fácil ser uma pessoa aberta. 
Passamos uma vida inteira a ter cuidado com o que dizemos e fazemos, não nos queremos expor, não queremos parecer mal, não queremos arriscar parecer inadequados.
Como será possível que nos deixemos controlar pelo que os outros pensam.
Como será possível que não tenhamos vontade de nos libertar e ao mundo gritar que somos quem somos, somos uma pessoa, um ser único sem igual.

O tempo de existência vai passando e a cada momento nos fechamos um pouco mais.
A cada passo da vida ganhamos mais experiência e perícia na defesa e controle de aquilo que nos vai na alma. Somos a máquina perfeita a controlar emoções e a não deixar transparecer aquilo que não queremos que vejam ou saibam sobre nós

Não sou diferente de ninguém e por isso aqui estou eu a escrever estas palavras
Estarei eu a gritar?
Estarei eu a tentar comunicar?

Como todos os demais, também eu sou perito na arte da defesa, e expor-me não é de todo natural.
Assim que a urge das palavras abrandar, vou ler e reler e tentar entender a razão porque me deixei levar por esta tentação de expor a minha vulnerabilidade.

Em jeito de conclusão vou expor aqui o meu desejo de mudar, desejo de ser capaz de baixar, ou mesmo retirar, as muralhas que me cercam e protegem. Vou desejar tornar-me num ser vulnerável e transparente, e comunicar...

Quando chegar o dia de apresentar o balanço da minha vida, queria poder dizer que fui capaz de partilhar a imensidade de amor, carinho e apreciação por todos aqueles me me rodeiam. Queria poder dizer que fui o melhor que podia ser,  que soube baixar a guarda e ser capaz de comunicar.

Assim parto nesta jornada de seguir esta nova regra que a mim próprio impus. Vou certamente e no formato de palavra escrita, tentar arrancar as raízes que prendem os meus pensamentos e assim expor aos ventos o que de bom me mantém vivo.

Não mais serei escravo do medo de partilhar aquilo que pode parecer ridículo.
Não mais exigirei da minha parte a perfeição, pois sei que não sou perfeito, e isso só faz de mim o ser único que sou.








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