Neste mundo fui descarregado.
Indefeso e sem noção do que se passava, sobrevivi protegido de todos os males debaixo das asas daqueles que eternamente me irão Amar.
Mas, num abrir e fechar de olhos rasguei os laços que me prendiam aos meus criadores.
Queria ser independente.
Queria provar ser capaz.
Com um egoísmo irreparável a bombar nas artérias, enfrentei o mundo desconhecido.
Sem olhar para traz e sem aceitar concelhos de ninguém fui em frente.
Senti que tinha uma missão a cumprir, uma missão que iria mostrar a todos que era diferente.
Desprezar a opinião de quem me tao bem tratou foi fácil e encorajante.
Retribuir amor recebido…nunca foi uma prioridade, estava muito ocupado a ser EU.
…e agora que sou independente, sei que passei pela vida convencido de que quem me pôs neste mundo não conhecia as razoes dos porquês.
Como eu estava enganado.
As multas de todos os erros cometidos são liquidadas com aceitação ainda que forçada de muitos pontapés e empurrões, castigos esses que muraram e calcetaram o meu caminho.
Agora, talvez um pouco tarde, tenho que confessar que fui um egoísta.
Confissões de um filho.
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